O uso da máscara facial como prevenção à transmissão do novo coronavírus tem sido obrigatório após publicações de decretos dos governos estaduais de emergência em todo o Brasil. Em Alagoas, o item agora deve ser usado, sem exceção, por todas as pessoas em locais públicos como supermercados, bancos, farmácias, entre outros.
Apesar de servir como um escudo para as gotículas e microrganismos que podem conter o vírus corona, se não for utilizada de forma correta, a máscara pode passar de aliada a inimiga da nossa saúde. Por isso, a Coordenadora de Enfermagem do Saúde e Suporte, Marcelle Araújo, explica quais as máscara mais adequadas para cada pessoa, o jeito correto de usar e como elas devem ser manuseadas.
Segundo ela, as máscaras faciais são de uso individual e não devem ser compartilhadas em hipótese nenhuma. Elas podem ser utilizadas por qualquer pessoa, incluindo crianças e pessoas debilitadas. Alguns cuidados comuns a todos os tipos de máscara:
- Devem estar bem adaptadas ao rosto, para que se evite a recolocação toda hora;
- Devem cobrir adequadamente toda área do nariz e da boca;
- Deve-se evitar usá-las por um longo período de horas, devendo ser trocadas em caso de contaminação, sujeira aparente, dificuldade para respirar ou umidade;
- Durante o uso não deve-se tocar na parte frontal da máscara, pois ela é considerada contaminada. Caso ocorra o contato das mãos com a parte interna da máscara, esta deve ser descartada e as mãos higienizadas.
Tipos de Máscara
Para o enfrentamento da pandemia, basicamente três tipos de máscaras estão sendo utilizadas: a artesanal, feita de forma caseira com tecido, a n95/pff2 e a cirúrgica.
“É importante destacar que as máscaras artesanais devem ser priorizadas pela população para que os profissionais da saúde, que precisam de máscaras mais específicas, não fiquem desabastecidos pela grande procura no mercado”
Entenda para qual situação cada uma serve:
N95 e pff2 – Máscaras para proteção de aerossol
– Devem ser utilizadas para evitar a contaminação da boca e nariz dos profissionais de saúde quando expostos a procedimentos geradores de aerossol (aspiração de vias aéreas, entubação, broncoscopia, entre outros) do paciente suspeito ou confirmado de infecção pela COVID-19;
– O profissional de saúde NÃO deve usar a máscara cirúrgica sobreposta à máscara N95 ou equivalente, pois além de não garantir proteção de filtração ou de contaminação, também pode levar ao desperdício de mais um EPI, o que pode ser muito prejudicial em um cenário de escassez;
– Os profissionais devem ser orientados quanto a necessidade de inspeção do dispositivo antes do uso para verificação da existência de possíveis danos físicos, como: tiras muito esticadas que impedem a vedação correta ao rosto; clipe nasal danificado, amassadas, rasgos, furos, etc);
– As máscaras devem ser descartadas nas seguintes situações: se contaminação com sangue, secreções respiratórias ou nasais ou outros fluidos corporais dos pacientes suspeitos ou confirmados pela COVID-19; se o dispositivo estiver danificado, úmido ou após o uso máximo recomendado.
Cirúrgica – Máscara para proteção de gotículas
– Devem ser utilizadas por pacientes com sintomas de infecção respiratória (febre, tosse, espirros, dificuldade para respirar) durante transporte ou circulação em outros ambientes e profissionais de saúde e profissionais de apoio que prestarem atendimento a pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pela COVID-19;
– São utilizadas para evitar a contaminação da boca e nariz do profissional de saúde por gotícula;
– Deve cobrir adequadamente toda área do nariz e da boca do profissional, possuir um clipe nasal, constituído de material maleável, que permita o adequado ajuste ao contorno do nariz e das bochechas;
– Durante o uso o profissional não deve tocar na parte frontal da máscara, pois é considerada contaminada. Caso ocorra o contato das mãos com a parte interna da máscara, esta deve ser descartada;
– As máscaras cirúrgicas devem ser substituídas se contaminação com sangue, secreções respiratórias ou nasais ou outros fluidos corporais de pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pela COVID-19 e sempre quando estiverem danificadas ou úmidas.
– Não há necessidade de trocar a máscara entre um paciente e outro, pois a função da máscara é servir como barreira de proteção contra a inalação de gotículas suspensas no ar;
– As máscaras cirúrgicas são descartáveis e não podem ser limpas ou desinfetadas em qualquer hipótese após o uso. Nunca se deve tentar realizar a limpeza da máscara já utilizada com nenhum tipo de produto;
Máscara artesanal – De uso não profissional
– Devem ser evitados os tecidos que possam irritar a pele, como poliéster puro e outros sintéticos, o que faz a recomendação recair preferencialmente por tecidos que tenham praticamente algodão na sua composição;
– O design da máscara facial deve ser confortável e eficiente: deve estar bem adaptada ao rosto, para que se evite sua recolocação toda hora, lembrando que seu uso é por um período de poucas horas, em situações de saída da residência, e sempre se respeitando a distâncias entre as pessoas preconizado pelo Ministério da Saúde ou Organização Mundial da Saúde;
– Não utilizar a máscara por longo tempo e trocar sempre que tiver úmida, com sujeira aparente, danificada ou se houver dificuldade para respirar;
– Ao contrário das máscaras descartáveis, as máscaras de tecido podem ser lavadas e reutilizadas regularmente, entretanto, recomenda-se evitar mais que 30 (trinta) lavagens;
Como higienizar as máscaras artesanais?
A máscara deve ser lavada separadamente de outras roupas, previamente com água corrente e sabão neutro e depois deixar de molho em uma solução de água com água sanitária* ou outro desinfetante equivalente de 20 a 30 minutos.
Lembrar de enxaguar bem em água corrente, para remover qualquer resíduo de desinfetante, secar e passar com ferro quente, garantindo que não haja danos (menos ajuste, deformação, desgaste, etc). Guardar sempre em um recipiente fechado.
* Para preparar uma solução de água sanitária ( 2,5%) com água, por exemplo, você pode diluir de 2 colheres de sopa de água sanitária em 1 litro de água.
– Descarte a máscara a de pano ao observar perda de elasticidade das hastes de fixação, ou deformidade no tecido que possam causar prejuízos à barreira. As máscaras de TNT não podem ser lavadas, devem ser descartáveis após o uso.