A luta contra o novo coronavírus tem várias frentes de combate na área da saúde. São milhares de profissionais de diferentes especialidades, cada um com suas atribuições em prol de uma missão: salvar vidas.
A atuação de enfermeiros e enfermeiras, especialmente, tem sido de fundamental importância na assistência e cuidado aos pacientes vítimas do COVID-19, no Brasil e no mundo. Seja no front dos hospitais, da atenção domiciliar ou em cargos de gestão, a enfermagem é uma das principais e mais populosas categorias na pandemia.
Portanto, hoje (12 de maio), Dia da Enfermagem, chamamos a atenção para essa profissão que, antes mesmo do vírus corona se tornar uma pandemia, já havia sido declarada (junto à obstetrícia) como a profissão de 2020, pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Enfermagem tem sido decisiva na pandemia
Os profissionais da enfermagem têm sido decisivos na detecção, prevenção e contenção da COVID-19 no Sistema público e privado de Saúde. Seja em procedimentos técnicos ou examinando, eles têm contato direto com muitos dos pacientes infectados, encaram longos plantões para suprir a alta demanda de casos, muitas vezes, sem acesso aos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários.
Essa exposição, inclusive, já resultou em mortes e também na infecção de mais de 90 mil profissionais em todo o mundo, sendo mais de 3 mil só no Brasil, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Por causa disso, muito deles preferiram se distanciar socialmente das suas próprias famílias para evitar o risco de contaminação.
Rotina da Enfermagem na Atenção domiciliar
A rotina da enfermagem na atenção domiciliar também mudou. “Para proteger a saúde dos nossos pacientes, o Saúde e Suporte adotou uma série de medidas, algumas que já eram praticadas, como os cuidados de prevenção, mas agora precisam ser muito mais intensificadas”, destaca o enfermeiro Alexandro Cavalcante.
Algumas das mudanças são:
- Redução de visitas da enfermagem às casas dos pacientes – As reduções nas visitas físicas têm o objetivo de evitar um grande fluxo de pessoas nas residências, mas utilizando de ferramentas remotas para não prejudicar a qualidade da assistência;
- Adaptação das rotas dos enfermeiros – As visitas que eram diárias, passaram a ter novas rotas para evitar o contato entre os enfermeiros na base;
- Telemonitoramento – Os enfermeiros mantém contato com a família e com o técnico de plantão através do telemonitoramento, fazemos todas as perguntas necessárias que normalmente são feitas pessoalmente.
- Isolar e monitorar – Pacientes e profissionais com sintomas ou que testaram positivo para o coronavírus;
- Observar a família e o ambiente do paciente – Em proteção ao paciente, os enfermeiros passam a observar o estado de saúde da família, para tomar medidas cabíveis em caso de necessidade;
- Orientação e informação – Os enfermeiros esclarecem as várias dúvidas das famílias dos pacientes e acabam sendo aquela pessoa que orienta e também acalma os cuidadores diante do desconhecido;
- Local de apoio na sede para higienização – A empresa adotou um ponto de apoio para higienização dos profissionais ao retornarem das casas dos pacientes.
“O enfermeiro é o gestor da casa, a responsabilidade dele é enorme e é, sem dúvidas, um dos que mais atuam no home care. Quando ele volta da casa do paciente, vai ver como estão os prontuários, as checagens, se o paciente está necessitando algum material, se tem alguma observação sobre o técnico de enfermagem. Também somos uma ponte importante entre paciente e médico”. (Alexandro Cavalcante)
“Por causa da pandemia, muita gente começou a enxergar a importância da enfermagem no mundo e o quanto esses profissionais são desvalorizados. No Brasil, muitos enfermeiros recebem baixos salários, trabalham em longas jornadas, com falta de EPIs e locais de descanso inadequado”. (Enfermeira Perla Ribeiro)
De fato, além de 2020 ser o bicentenário do nascimento da “mãe da enfermagem” Florence Nightingale, o que levou a OMS a definir este ano como o Ano Internacional da Enfermagem e Obstetrícia foi a necessidade da valorização da categoria, já que, segundo eles, o mundo precisa de mais nove milhões de enfermeiros e parteiros para atingir a meta de cobertura universal de saúde até 2030.
E, como toda crise ensina, a pandemia do coronavírus tem ensinado algumas lições à categoria. Desde a necessidade de valorização, até adaptações em processos que antes eram feitos diferentemente.